domingo, 17 de maio de 2009

Projeto de Educação Financeira


ESCOLA BARÃO DO RIO BRANCO


















EDUCAÇÃO FINANCEIRA

























Blumenau
2009
SUMÁRIO


1 INTRODUÇÃO

1.1Objetivo Geral

1.2Objetivos Específicos

2FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

3PROPOSTA DE TRABALHO

3.1Processo de implantação

3.2Organização

3.3Conteúdos Programáticos


Mapas conceituais


Proposta de avaliação e acompanhamento do trabalho


Sugestões de atividades e referências bibliográficas

4RELATO DE EXPERIÊNCIAS

5APÊNDICES

6ANEXOS





















1 Introdução

Não é de agora que o Brasil vem apresentando uma situação economicamente preocupante, demandando urgência na inserção da educação financeira em todas as esferas, ainda mais em um país com desequilibrada distribuição de renda, onde representativa parte dos recursos produtivos é direcionada ao Estado. Isto torna imprescindível a excelência na gestão de recursos escassos por parte dos indivíduos e de suas respectivas famílias. Em outras palavras, o conhecimento do funcionamento de sua conta-corrente e da dinâmica de uma caderneta de poupança não é mais suficiente para os consumidores brasileiros. O paradigma foi alterado e, atualmente, é demandado o amplo conhecimento da população sobre os produtos e os serviços ofertados pelas instituições financeiras. O objetivo é administrar com maior êxito as suas finanças pessoais.
Também não é novidade que os adolescentes do mundo contemporâneo têm maior acesso aos instrumentos financeiros do que os seus pais possuíam e, por isso, necessitam desenvolver competências mais complexas do que as demandadas para as gerações anteriores. Fatores como a tecnologia e a internet permitem uma maior exposição dos jovens ao mercado financeiro. É importante destacar que as instituições financeiras, percebendo este nicho de mercado, estão desenvolvendo estratégias para atrair o público jovem por meio de uma comunicação mais adequada e pelo desenvolvimento de serviços e produtos com um novo apelo de marketing.
Mas, afinal de contas, como educar os jovens se as gerações anteriores, em geral, ainda estão se adaptando a uma nova realidade, precisando desenvolver preliminarmente a sua competência financeira para poder transmiti-la às futuras gerações?
Uma das alternativas é o papel a ser desempenhado pelo ensino em todos os níveis. Torna-se claro que as políticas educacionais precisam focar este tema. Neste sentido, foi apresentado a Escola Barão do Rio Branco um projeto de Educação Financeira, coordenado pela LUTERPREV, instituição que, assim como a escola, mantém um vínculo com a Rede Sinodal de Educação. A origem da citada rede remonta o período do governo varguista. As enormes dificuldades que acabaram sendo enfrentadas pelas escolas inseridas nas comunidades evangélico-luteranas no período de nacionalização de Getúlio Vargas, é a mola propulsora para o surgimento da Rede Sinodal de Educação. Naquele período a maioria destas escolas contavam com professores não habilitados ou que somente falavam o idioma alemão. Por conta disso, o Sínodo Rio-Grandense resolveu contribuir e por meio de um Departamento de Ensino, auxiliou as comunidades no processo de regularização de escolas e professores. Desse modo, a migração das escolas fundamentais para escolas de ensino médio levou a decisão, por parte dos diretores, da criação do Centro de Diretores de Ensino Secundário. Anos mais tarde surgiu o Departamento de Educação, resultante da fusão do Departamento de Ensino e do Centro de Diretores. No ano de 2000, o nome Departamento de Educação é alterado, passando a se chamar Rede Sinodal de Educação.
A LUTERPREV, parceira da Escola Rio Branco neste projeto, é uma Entidade Aberta de Previdência Privada, sem fins lucrativos, cuja criação foi patrocinada no início da década de 1990 pela Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil – IECLB que, em 1916, já havia criado a Caixa de Aposentadorias e Pensões dos Pastores – CAPP. A LUTERPREV é herdeira desse processo e foi fundada Porto Alegre/RS, em 1993. A Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (IECLB), estando inserida no contexto da sociedade brasileira, constatou que a questão previdenciária de seus obreiros era um assunto não resolvido satisfatoriamente. Os descalabros do nosso INSS, a insegurança do valor a receber como aposentadoria, entre outros fatores, determinaram que fosse feito um longo estudo para viabilizar uma Entidade Previdenciária Complementar da Igreja. Constatou-se, também, que o assunto interessava a todos os brasileiros, especialmente aos membros da IECLB e, que dada a natureza da Igreja, optou-se por criar uma entidade aberta ao público em geral e que fosse administrada de forma profissionalizada, mas fosse sem fins lucrativos. Assim sendo, a LUTERPREV lançou um projeto inédito de Educação Financeira. Pesquisar e comparar preços de produtos no comércio, identificar as despesas realizadas pela família com alimentação, energia elétrica e água, estudar empréstimos a curto e longo prazos ou analisar vantagens e desvantagens nas compras à vista ou a prazo podem parecer atividades exclusivas para um profissional do mercado financeiro. Mas, na realidade, não são. Essas ações também integram o projeto Educação Financeira LUTERPREV – PEF, que tem como objetivo despertar crianças, jovens e adultos para a compreensão da realidade financeira em suas vidas, famílias, empresas e comunidades. O PEF visa fortalecer nas crianças, jovens e adultos o raciocínio financeiro, a visão ética e de responsabilidade social necessários para a construção de uma sociedade sustentável.

1.1 JUSTIFICATIVA

Por educação financeira se entende uma ferramenta de inclusão social (fico na dúvida se deixamos este complemento), por meio do qual se compreende possível que os indivíduos e a sociedade melhorem a sua compreensão dos conceitos e produtos financeiros de maneira que com informações, formação e orientação possam desenvolver valores e competências para fazer escolhas norteando-se pelo consumo responsável, melhoria da qualidade de vida, planejamento familiar, sustentabilidade e compromisso com o futuro.
Existe hoje uma corrente que defende a utilização do conceito educação financeira sustentável por entender que o termo sustentável contempla de modo muito mais amplo os objetivos da educação financeira. De uma perspectiva que entende necessário ensinar o cidadão como gastar o seu capital dentro do orçamento para que sobre, se pague dívidas, invista e forme um patrimônio. Ademais, a educação financeira sustentável apregoa, entre outras questões que, além da segurança financeira, a qualidade de vida é fundamental para o bem-estar social. Ou seja, garantir que tenhamos, hoje e no futuro, a segurança material e as condições para uma vida feliz tanto em nível pessoal como coletivo.
Um dos grande objetivos da educação financeira é alterar a maneira de pensar, sobretudo, da idéia de meramente acumular dinheiro para a de utilizá-lo responsavelmente, buscando assim, uma vida melhor. A grande confusão está em ver o dinheiro como objetivo ao invés de vê-lo como instrumento. O importante é a primazia da satisfação em detrimento do consumo. Viver bem não significa comprar mais e sim aproveitar a vida.
Segundo Belinky, “o planejamento financeiro é essencial para garantir um futuro, ser previdente e evitar situações de riscos e carência." O especialista enumera três princípios básicos para ser educado financeiramente e de uma forma sustentável: 1)leve em conta a real satisfação que tem com cada coisa que faz com o dinheiro; 2)respeite o tempo que você trabalhou para ganhar e avalie a necessidade de gastar; 3)evite o desperdício e acúmulo desnecessário.
Na prática, para Belinky, o pensamento sustentável deve ir além do discurso. Segundo ele, grande parte das pessoas ainda está um passo atrás nesta questão. "Eles perceberam o problema, mas ainda não tomaram atitudes para mudar". Para garantir o futuro das próximas gerações, Aron Belinky explica que é necessário ensinar pelo exemplo. "Não adianta falar que é importante se não praticar". Segundo ele, uma forma de exercitar o raciocínio sustentável é sempre pensar antes de comprar: "O que esse gasto vai produzir de bom?" Se a conclusão for que a compra seria apenas um capricho, e não uma necessidade, por que não investir esse dinheiro de forma sustentável? Ações de empresas responsáveis ou fundos de investimentos sustentáveis têm apresentado rentabilidade igual ou superior à média do mercado. "No entanto, é necessária uma visão de longo prazo, pois a tendência é de que esses investimentos tenham boa performance no futuro", finaliza.

1.2 Objetivo Geral

Informar, formar e orientar os participantes do projeto sobre os conceitos e produtos financeiros visando desenvolver valores e competências que permitam fazer escolhas conscientes.

1.3 Objetivos Específicos
— Oferecer aos participantes do projeto noções sobre o mundo do trabalho e do consumo;
— Introduzir conceitos de economia e linguagem matemática financeira no cotidiano dos alunos;
— Proporcionar vivências significativas por meio do qual possam compreender os benefícios do consumo responsável;
— Ensinar sobre orçamento familiar levando os alunos a perceber a diferença entre necessidade e impulso por consumo;
— Tornar a educação financeira um hábito almejando uma mudança na cultura do consumo;
— Orientar para a responsabilidade social no ganho e uso do dinheiro;

2.FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Na sociedade moderna surgem, a cada, dia novas tecnologias e a velocidade das mudanças são quase que inalcançáveis. É de fundamental relevância que seus agentes, ou seja, os indivíduos que a compõem, estejam preparados para enfrentar e para se integrar com o ambiente em que estão inseridos. Neste contexto, a educação financeira permite o desenvolvimento de habilidades nos indivíduos para que eles possam tomar decisões acertadas e fazer uma boa gestão de suas finanças pessoais. Esta habilidade contribui para que haja uma maior integração entre indivíduo e sociedade, o que lhe propicia bem-estar. Além disso, segundo Braunstein e Welch (2002), participantes informados ajudam a criar um mercado mais competitivo e eficiente.
Savoia et al (2007) aborda o tema da educação financeira e verifica que ele tem sido bastante enfatizado em países como Estados Unidos, que já a inseriram em suas grades curriculares de escolas secundárias, e também no Reino Unido que tem a disciplina ofertada em caráter facultativo nas escolas, mas a trabalha em outros setores da economia, como por exemplo, através das Instituições Financeiras. Desta forma é possível estabelecer uma relação comparativa entre uma organização e a vida de uma pessoa. Ambas precisam de uma boa administração e de saber tomar as decisões corretas para obter êxito em seus empreendimentos. Sendo assim, percebe-se a importância da gestão financeira pessoal para o indivíduo e para o ambiente no qual ele está inserido.

2.1 EDUCAÇÃO FINANCEIRA

Para compreender com maior propriedade a importância da Educação Financeira na vida dos agentes econômicos é imprescindível ter uma clara definição de seu significado e dos elementos que a integram. Para a Organização de Cooperação e de Desenvolvimento Econômico – OCDE (2005), a Educação Financeira é definida como: [...] o processo pelo qual consumidores e investidores melhoram seu entendimento sobre os conceitos e os produtos financeiros e, através da informação, instrução e/ou conselhos objetivos, desenvolvam as habilidades e a confiança para conhecer melhor os riscos e as oportunidades financeiras, e assim tomarem decisões fundamentadas que contribuam para melhorar seu bem-estar financeiro. (OCDE, 2005, p.13). Ainda segundo a OCDE, a educação financeira auxilia os consumidores a orçar e gerir sua renda, a poupar e investir, e a evitar que se tornem vítimas de fraudes. Para Braunstein e Welch (2002) além do benefício pessoal, a educação financeira favorece o melhor desenvolvimento do mercado financeiro, uma vez que o estimula a oferecer melhores serviços:[...] participantes informados ajudam a criar um mercado mais competitivo e eficiente. Consumidores conscientes demandam por produtos condizentes com suas necessidades financeiras de curto e longo prazo, exigindo que os provedores financeiros criem produtos com características que melhor correspondam a essas demandas. (BRAUNSTEIN E WELCH, 2002, p. 445). Para a European Commission (Fin-Focus, 2008), a educação financeira alerta os consumidores para as oportunidades e riscos financeiros e permite-lhes tomar decisões esclarecidas quanto à utilização de produtos financeiros. Mankiw (2001, p.543) afirma que “o investimento em educação é tão importante quanto o investimento em capital físico para o sucesso econômico a longo-prazo de um país”. Também afirma que uma das formas de melhorar o padrão de vida da população é proporcionar-lhes um bom ensino e incentivar o seu uso. É possível afirmar que existe um consenso entre as definições citadas no que diz respeito ao benefício que a educação financeira traz à sociedade, e principalmente, na característica peculiar de, através da informação, desenvolver no indivíduo habilidades financeiras e a capacidade de pensar suas decisões de forma absoluta, ou seja, conhecer os benefícios, os custos e os riscos de suas escolhas.
Desse modo, trataremos a educação financeira como sendo um conjunto de medidas que objetivam criar e transmitir informações financeiras aos indivíduos, a fim de lhes proporcionar a capacidade de distinguir as principais vantagens e os principais riscos de suas escolhas, dando-lhe a percepção de que seu bem estar financeiro influencia no bem estar econômico da sociedade.
A OCDE (2005) considera que a educação financeira pode beneficiar a todas as pessoas, independente do nível de renda. Para os jovens que estão iniciando no mercado de trabalho, ela pode ser uma ferramenta básica de planejamento e poupança de modo que suas despesas e dívidas fiquem controladas. Ela pode ajudar às famílias terem a disciplina de poupar, dando a oportunidade de ter melhores condições para financiar a educação dos filhos, ter um plano de saúde, e uma vida mais confortável.Já os trabalhadores mais velhos podem ser beneficiados de modo que sejam capazes de ter uma poupança suficiente para ter uma boa aposentadoria, ter as habilidades necessárias para fazer boas escolhas de investimentos, garantindo seu conforto e segurança.
A OCDE (2005) incentiva a elaboração e execução de projetos e programas sobre a educação financeira nos países que a compõem, mas a incentiva também em outros países. Para que este tipo de programa aconteça, este organismo definiu alguns princípios e recomendações para a boa prática da Educação Financeira. Estes princípios foram agrupados por Savoia et al (2006, p.5.), que se segue:
1.A Educação Financeira deve ser promovida de uma forma justa e sem vieses, ou seja, o desenvolvimento das competências financeiras dos indivíduos precisa ser embasado em informações e instruções apropriadas, livres de interesses particulares.
2.Os programas de Educação Financeira devem focar as prioridades de cada país, isto é, estar adequados à realidade nacional, podendo incluir, em seu conteúdo, aspectos básicos de um planejamento financeiro, como as decisões de poupança, de endividamento, de contratação de seguros, bem como conceitos elementares de matemática e de economia. Os indivíduos que estão para se aposentar devem estar cientes da necessidade de avaliar a situação de seus planos de pensão, necessitando agir apropriadamente para defender seus interesses.
3.O processo de Educação Financeira deve ser considerado pelos órgãos administrativos e legais de um país, como um instrumento para o crescimento e estabilidade econômica, sendo necessário que se busque complementar o papel que é exercido pela regulamentação do sistema financeiro e pelas leis de proteção ao consumidor.
4.O envolvimento das instituições financeiras no processo de Educação Financeira deve ser estimulado, de tal forma que a adotem como parte integrante de suas práticas de relacionamento com seus clientes, provendo informações financeiras que estimulem a compreensão de suas decisões, principalmente, nos compromissos de longo prazo e naqueles que comprometem expressivamente a renda atual e futura de seus consumidores.
5.A Educação Financeira deve ser um processo contínuo, acompanhando a evolução dos mercados, e a complexidade crescente das informações que os caracterizam.6.Por meio da mídia, devem ser veiculadas campanhas nacionais que estimulem a compreensão dos indivíduos quanto à necessidade de buscarem o autodesenvolvimento financeiro, bem como o conhecimento dos riscos envolvidos nas suas decisões financeiras. Além disso, precisam ser criados sites específicos, oferecendo informações gratuitas e de utilidade pública.
7.A Educação Financeira deve começar na escola. É recomendável que as pessoas se insiram no processo, o quanto antes.
8.As instituições financeiras devem ser incentivadas a certificar que os clientes leiam e compreendam todas informações disponibilizadas, em específico, quando for relacionado aos compromissos de longo prazo, ou aos serviços financeiros cujas conseqüências financeiras são de grande magnitude.
9.Os programas de Educação Financeira devem focar particularmente aspectos importantes do planejamento financeiro pessoal, como a poupança e aposentadoria, o endividamento, e a contratação de seguros.
10.Os programas devem ser orientados para a construção da competência financeira, devendo ser adequados a grupos específicos, e elaborados da forma mais personalizada possível.

2.2 A EDUCAÇÃO FINANCEIRA NO MUNDO

De acordo com Holzmann e Miralles (2005) os países onde a educação financeira já se encontra em estágios mais avançados de desenvolvimento são os Estados Unidos, Reino Unido, Canadá, Austrália e Nova Zelândia, e em alguns países da Amárica Latina e da Europa Central e Oriental.

2.2.1 Estados Unidos

Bernheim, Garret e Maki (1997) afirmam que até o ano de 1985 quase 60% dos estados americanos (29 de 50) já haviam incluído a Educação Financeira como conteúdo obrigatório nas escolas secundárias, com o objetivo de preparam os jovens para a vida adulta. Eles constataram, através de uma pesquisa aplicada aos consumidores que haviam recebido a educação financeira na escola, que esta medida contribui fortemente para que o indivíduo poupe e acumule riqueza na fase adulta. Também concluíram que a educação financeira proporciona crescimento pessoal e pode ser uma poderosa ferramenta para estimular a poupança pessoal.Neste país, como se pode observar, é dispensada grande atenção ao tema por se constatar que ele é capaz de trazer benefícios para toda a sociedade, no longo prazo.
Savoia et al (2006) observa que o ensino oficial nas escolas secundárias não é a única atitude em função da educação financeira nos Estados Unidos, muitas instituições financeiras, o Federal Reserve, a National Endowment for Financial Education, dentre outras, disponibilizam informações e dispensam atenção especial aos consumidores, afim de proporcionar-lhes maior conhecimento e a capacidade de melhorar seu bem-estar financeiro através de escolhas mais acertadas.De acordo com Fox, Hoffmann e Welch (2004), o Federal reserve (Fed) “vem atuando, de forma ativa, no levantamento de dados sobre a efetividade dos programas de educação financeira, que englobam atividades direcionadas aos trabalhadores, aos estudantes e à população como um todo.” Segundo Savoia (2007) o interesse pelo assunto não parte só da esfera do governo. As instituições financeiras, como o Citibank, Bank of America e Chase participam, através de financiamentos, de projetos de educação financeira, sendo que, em 2003, 98% dos bancos norte-americanos estavam envolvidos em projetos e 72% desenvolveram os seus próprios, com o intuito de capacitar os jovens.
A National Endowment for Financial Education é uma instituição não governamental, sem fins lucrativos que se dedica a melhorar o bem-estar financeiro de todos americanos. Sua missão é ajudar aos americanos adquirirem o conhecimento e as habilidades necessárias para ter o controle de suas finanças, melhorarem sua qualidade de vida e assegurar um futuro seguro para si e suas famílias. Atua divulgando informações, desenvolvendo e apoiando projetos também de outras instituições.

2.2.2 Reino Unido

O Reino Unido é formado pelos países: Inglaterra, País de Gales, Escócia e Irlanda do Norte. Ele também se destaca quanto à importância com que trata a educação financeira. Diferentemente dos Estados Unidos, não há obrigatoriedade da educação financeira nas escolas, contudo, esta assume a condição facultativa desde 2001. Segundo Savoia (2007) na Inglaterra não é uma disciplina regular, mas o seu conteúdo está disseminado em outras disciplinas, como matemática, educação moral e cívica, dentre outras.
Existe um órgão independente chamado Financial Services Authority atua no Reino Unido e é responsável pela regulação dos serviços financeiros. Também oferece uma gama de informações ao consumidor com o intuito de auxiliá-lo em suas decisões financeiras, oferece também aconselhamento financeiro em seu site. Todas as suas ações estão fundamentadas em seus objetivos estatutários que são: confiança do mercado; conscientização pública, defesa do consumidor e redução da criminalidade financeira.
Outra instituição que incentiva a educação financeira através da alfabetização financeira de adultos é a Basic Skills Agency, que é independente e conta com o apoio governamental. Seu principal objetivo é ajudar a melhorar os padrões de competências básicas através da aprendizagem.
A Personal Finance Education Group (Pfeg) é outra instituição independente que se destaca com o trabalho de educação financeira. A Pfeg auxilia escolas e educadores a ensinar planejamento financeiro e finanças pessoais afim de garantir que, todo o jovem que concluir o ensino básico tenha as habilidades financeiras necessárias para ter plena participação na sociedade.
Instituições financeiras e entidades comunitárias também trabalham para o fortalecimento da educação financeira no Reino Unido.

2.2.3 A Experiência de Outros Países

Na Nova Zelândia, a NZ Retirement Comission é uma Instituição que têm contribuído com o desenvolvimento da educação financeira através de programas de incentivo à planos de aposentadoria, afim de garantir aos idosos a qualidade de vida que eles esperam e também têm atuado na educação de jovens. Para Crossan (2008) “a educação financeira não precisa ser uma matéria nova, deve estar inserida no currículo.” A NZ Retirement também participa das decisões governamentais afim de garantir sua propagação e desenvolvimento.
· Na Espanha, recentemente o governo também percebeu a importância de melhorar a cultura financeira da população e assim, contribuir para o fomento, tanto da estabilidade e confiança no sistema financeiro quanto do crescimento econômico. Para tanto, divulgou em Maio de 2008 um Plano de Educação Financeira, elaborado pela Comisión Nacional Del Mercado de Valores e pelo Banco de España. Este plano deverá ser implementado entre 2008 e 2012. Seu objetivo é a melhoria da cultura financeira da população adulta e para atingi-lo, pretende-se inserir a educação financeira nas escolas, criar uma página na web para informar os cidadãos, dentre outras iniciativas.

2.3 A EDUCAÇÃO FINANCEIRA NO BRASIL

No Brasil, as ações por parte do governo, com a educação financeira ainda são incipientes. Em 2007, o governo brasileiro constituiu um grupo de trabalho com representantes do Banco Central do Brasil, da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), coordenadora do GT, da Secretaria de Previdência Complementar (SPC) e da Superintendência de Seguros Privados (SUSEP), para desenvolver uma proposição de Estratégia Nacional de Educação Financeira, prevendo a promoção de um inventário nacional de ações e de projetos de Educação Financeira no país, além de uma pesquisa que mapeie o grau de conhecimento financeiro da população brasileira.
Foi desenvolvido um site para divulgar as ações sobre educação financeira no Brasil, e onde as instituições que já realizam alguma atividade ligada à educação financeira, sem ônus para o consumidor, irão se cadastrar e informar o governo sobre suas ações. De uma parceria entre governo e entidades privadas surgiu a Estratégia Nacional de Educação Financeira – ENEF. Através da iniciativa das entidades e órgãos integrantes do Comitê de Regulação e Fiscalização dos Mercados Financeiros, de Capitais, de Seguros, de Previdência e Capitalização – COREMEC é desenvolvido o Projeto Nacional de Educação Financeira. A ENEF ainda conta com a colaboração do Ministério da Educação, Ministério da Justiça e diversas entidades não governamentais como a BM&FBovespa, Fox Consulting, Instituto Unibanco, Anbid , dentre outras.

2.3.1 O Banco Central do Brasil
Além destas atitudes que começam a nascer no país, outras organizações já vêm desenvolvendo alguns projetos ligados a este tema. Um destes exemplos é o Banco Central do Brasil – BACEN, que promove o Projeto de Educação Financeira (PEF-BC): [...] O (PEF-BC) envolve ações que visam propiciar orientação à sociedade sobre assuntos financeiros, destacando o papel do Banco Central como agente promotor da estabilidade econômica. O propósito é contribuir para que as pessoas entendam as relações que influenciam suas vidas na área da economia e das finanças. Trata-se de um programa sintonizado com tendências de bancos centrais de outros países e de instituições financeiras modernas, que vêm aderindo a essa nova forma de contato com os cidadãos, independentemente do segmento social a que estes pertençam [...]. (BACEN, 2008).
Com este projeto o Banco Central se propõe assegurar que a população tenha um melhor entendimento sobre os aspectos econômicos-financeiros que afetam sua vida e assim, possa administrar de maneira mais consciente suas receitas e bens. Também deseja tornar mais conhecido os trabalhos que desenvolve, as funções de um Banco Central, a forma com que atua, como funciona o Sistema Financeiro Nacional e fazer com que as pessoas tenham acesso aos serviços financeiros.

2.3.2 Outras Instituições Que Colaboram Com a Educação Financeira

Outras ações são evidenciadas por parte de outras instituições, como a Federação Brasileira de Bancos – Febraban, Serasa, a Associação Nacional dos Bancos de Investimentos – Anbid, a Associação Brasileira de Empresas de Cartão de Crédito e Servições – Abeces, dentre outras. Estas instituições colaboram com a educação financeira da população disponibilizando informações em suas home-pages e através de mídias, on line e impressas, de orientação do cidadão, como é o caso do Guia Serasa de orientação ao cidadão (Serasa, 2008).
Apesar da existência destes projetos e de outros não citados e de menor alcance, percebe-se que ainda não são suficientes para atender à demanda interna. O aumento da complexidade das operações e serviços financeiros, a globalização, os avanços tecnológicos, os novos canais de distribuição eletrônica e a integração do mercados exige dos cidadãos uma cultura financeira mais aprimorada e consciente, afim de, conseguir se integrar a tais transformações e fazer com que o resultado delas seja uma melhor qualidade de vida particular e para toda a sociedade.

3 PROPOSTA DE TRABALHO
3.1 Processo de implantação (lançamento, mascote, palestras, feiras, reuniões...)
3.2 Organização
O projeto de Educação Financeira na Barão será desenvolvido em todas as disciplinas, que aderirem ao projeto, no Ensino Fundamental. No Ensino Médio o projeto será desenvolvido através de oficinas no turno oposto ao das aulas.
Para participar das oficinas, o aluno deverá se inscrever anteriormente nas oficinas que desejar. O aluno que participar de todas as oficinas, receberá certificação.

3.3 Temas/módulos/ planos de estudo

— Interaçao com a comunidade
— Articular com vivencias das crianças
— Parceria com familias
— Mudança de cultura (economia para melhorar a qualidade de vida )
Sistema monetário, linguagem matemática financeira, consumo, necessidade x desejo, desepesas domésticas....
Tema transversal

3.4 Mapas Conceituais
3.5 Proposta de Avaliação e acompanhamento do trabalho
3.6 Sugestões de atividades e referências bibliográficas

4 RELATO DE EXPERIÊNCIAS
Ao término do desenvolvimento das atividades referentes ao tema, cada professor fará seu relato, em ficha própria , para ter registrado o trabalhado realizado.

5 FONTES DE CONSULTA

BRAUNSTEIN, S.; WELCH, C. Financial literacy: an overview of practice, research, and policy. Federal Reserve Bulletin, Nov. 2002.

6 APÊNDICES (Campanha para definir mascote)

7 ANEXOS
7.1 Modelo de relatório para o relato de experiências